domingo, 11 de setembro de 2011

Pretensão

 “Quando vejo artigos com palavras
  e frases muito empoladas, muito
  pretensiosas, já sei que não estou
  diante de um autor, mas de um
  impostor (...)” 

  Jânio de Freitas,   in
Revista de Comunicação

domingo, 14 de agosto de 2011

Escola no Estado laico...


Certo em escola pública é o estudo de filosofia e ética.  Religião fica para as aulas de história, no muito conste num capítulo de ética.  Que eu tenha uma filosofia religiosa é uma questão só minha.  Toda a violência, opressão, atraso e ignorância que até hoje são patrocinadas por muitas religiões depõe contra sua inserção - sempre apologética - nos currículos escolares.

Dy Othero

domingo, 7 de agosto de 2011

Karma & Dharma



                Desde sempre você pode tentar viver seu dharma - que é exclusivamente seu - à altura de suas melhores aspirações.  De certa forma é o que ocorre.  Porém, conscientemente é bem melhor, porque os resultados almejados virão mais ràpidamente, e bem mais luminosos.

          Em especial, gozar da certeza de que, em conseqüência de seu dharma assim turbinado - vai levar um tempo, claro - mas você gozará de uma sucessão crescente e abundante de karmas felizes...

           Dy Othero

domingo, 17 de julho de 2011

Cuidado com os '-ismos'...


... e com os seguidores dos ‘-ismos’

          Toda vez que você se deparar com alguma coisa que termina em ‘ismo’, seja em ciências, política, religião, arte, etc. - especialmente os ismos que começam com o nome ou o apelido de alguém - comece por separá-la em três partes:
   - Primeira: O que o fulano – sábio, profeta, iluminado, ou nem tanto - disse que o tornou célebre;
   - Segunda: O que seus seguidores – necessàriamente menos célebres que o fulano – falaram que ele disse;
   - Terceira: O que os ainda menos dotados que esses seguidores, e que optaram por seguir aos seguidores, estão dizendo que o tal fulano deveria ter dito í

         Garanto-lhe que agindo assim você poderá fazer uma apreciação bem mais equilibrada do valor real do ‘-ismo’ analisado.

           Dy Othero

domingo, 5 de junho de 2011

Pessoa iluminada


Drª Elisabeth Kübler-Ross.

 Recomendo seu livro 'A Roda da Vida',
editôra Sextante, 1998.   

domingo, 17 de abril de 2011

O Tetralema


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            Segundo observou o filósofo indiano Naghãrjuna há uns 1.800 anos, qualquer coisa que você pense pode ser:

1)            Uma verdade;

2)            Uma não-verdade;

3)            Tanto verdade quanto não-verdade;

4)            Nem verdade nem não-verdade (essa opção é a mais provável).

Considerando que muitas pessoas não conseguem resolver um simples dilema, daqui elas não passam.

Dy Othero

quinta-feira, 7 de abril de 2011

07 de abril: Massacre de estudantes numa escola do Rio de Janeiro


             Isso que aconteceu no Rio é a forma infeliz de aprendermos - uma das piores possíveis - repetindo, abestalhadamente infeliz de ENTENDERMOS a diferença abissal que separa o espiritualizar-se de seguir uma religião, igreja, ou outra curriola qualquer, seja evangélica, muçulmana, tê-éfe-pê, etc.
           
             Isso que aconteceu naquela escola é a forma estúpida de aprendermos que o pensamento certo, a palavra adequada e a ação correta que caracterizam a pessoa que evolui pelo bom caminho tem total relação com o aqui e o agora, respeita e trata com a devida consideração - a que merecerem - as pessoas e os animais que convivem conosco; e não tem nada a ver com salvações, eternidades e jesuses fossilizados num livro grosso de capa preta que um idiota qualquer fica lendo e repetindo sem parar, e um outro ou outra mais boçal ainda segue detrás.  

             Isso que aconteceu nesse país é a forma babaca e indecente de aprendermos que sexo NÃO é pecaminoso.  Leia de novo esta frase, se ainda não aprendeu, páre de se complicar e aprenda de vez:  Leia de novo, agora em voz alta.  Parabéns pela lucidez!

             Também é uma excelente oportunidade de parabenizarmos a todos os brasileiros que votaram contra o desarmamento.  Quantos tiros, heim?  Vocês tiveram uma grande vitória.  Por muitos e muitos anos.

              Dy Othero

segunda-feira, 4 de abril de 2011

A morte do cãozinho

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Certo dia, ao voltar de um dia de trabalho em Pedro Leopoldo, Chico Xavier passou por uma situação dramática: Quando entrou em casa encontrou seu cachorro de estimação. Lorde, agonizando na cozinha.  Ele se contorcia, revirava os olhos e gania com o rabo entre as pernas.  Lucília e Dália (suas irmãs) acompanhavam o sofrimento à distância.  Chico se ajoelhou e, sacudido por soluços, descreveu uma cena invisível: Um outro cão, vindo do além, lambia o companheiro para atenuar seu sofrimento nos últimos momentos.

Um ano depois Chico comentou em conversa com amigos, diante das irmãs:

- ‘ Eu tinha um cão maravilhoso.  Mas, como ele fazia xixi pela casa inteira, Dália e Lucília acharam melhor envenená-lo. ‘

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Marcel Souto Maior; in As Vidas de Chico Xavier – Editora Planeta - 1994

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quarta-feira, 2 de março de 2011

Sayonara, por Anne Lindbergh

                    No parágrafo abaixo a escritora americana Anne Lindbergh traça considerações sobre a adequação da expressão de despedida – Adeus – em alguns idiomas;  segue-se tradução.
 
                   Dy Othero
 
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                  For Sayonara, literally translated, “Since it must be so,” of all the good-bys I have heard is the most beautiful.  Unlike the Auf Wiedersehens and Au revoirs, it does not try to cheat itself by any bravado “Till we meet again,” any sedative to postpone the pain of separation.  It does not evade the issue like the sturdy blinking Farewell.  Farewell is a father’s good-by It is – “Go out in the world and do well, my son.”   It is encouragement and admonition.  It is hope and faith.  But it passes over the significance of the moment; of parting it says nothing.  It hides its emotion.  It says too little.  While Good-by (“God be with you”) and Adios say too much.  They try to bridge the distance, almost to deny it.  Good-by is a prayer, a ringing cry.  “Your must not go – I cannot bear to have you go! But you shall not go alone, unwatched. God will be with you. God’s hand will be over you” and even – underneath, hidden, but it is there, incorrigible – “I will be with you; I will watch you – always”.  It is a mother’s good-by.  But Sayonara says neither too much nor too little.  It is a simple acceptance of fact.  All understanding of life lies in its limits.  All emotion, smoldering, is banked up behind it.  But it says nothing.  It is really the unspoken good-by, the pressure of a hand, “Sayonara.”
 
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by  Anne Morrow Lindbergh   –   North to the Orient   –   Ed. HBJ   –   1935
 
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                       Pois Sayonara, traduzido literalmente, - ‘Desde que deve ser assim’, de todos os adeuses que ouvi é o mais belo: Diferente dos Auf Wiedersehens e Au revoirs, ele não tenta se enganar com uma bravata do tipo – ‘Até que nos encontremos de novo’, nem como um sedativo para adiar a dor da separação; ele não foge à questão como a piscadela vigorosa do Farewell; Farewell é um adeus de pai: É um – ‘Saia pelo mundo e tenha sucesso, meu filho’.  É encorajamento e admoestação.  É esperança e fé.  Mas omite o significado do momento; do partir ele não diz nada.  Esconde sua emoção.  Diz muito pouco.  Enquanto Good-by (‘Deus esteja com você’’) e Adios falam demais: Eles tentam preencher a distância, quase negá-la.  Good-by é uma prece, um grito que ressoa: – ‘Você não deve ir – eu não posso suportar sua partida! Mas você não irá sozinho, sem vigia. Deus estará com você.  A mão de Deus estará sobre você’ - e mesmo – por debaixo, escondido, mas está lá, incorrigível – ‘Eu estarei com você; eu lhe protegerei – sempre’; é um adeus de mãe.  Sayonara porém não fala demais nem muito pouco.  É uma simples aceitação do fato.  Toda a compreensão da vida repousa em seus limites.  Toda a emoção, fumegante, está acumulada por trás dele.  Mas não fala nada.  É realmente o adeus não-expresso, o aperto de uma mão, ‘Sayonara’.
 
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sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Reformas Ortográphicas: Brasil X Portugal

                      Há alguns dias um dos meus primos perguntou minha opinião sobre o uso de presidente ou presidenta para mulher.        

                      Ocorre que lingüística e idiomas são assuntos que me agradam muito.  No caso da regulação de uma língua, entendo que há necessidade de se compreender e respeitar que um idioma vivo é ‘vivo’ mesmo, ou não será; quero dizer:  Funciona e precisa funcionar como um sistema dinâmico, organizado, estável, mas que, à diferença de um animal empalhado, como o latim, um idioma ‘vivo’ evolui, e para evoluir dispõe de uma certa flexibilidade e executa trocas com o meio ambiente (com outros idiomas, surgem neologismos, lexicaliza metáforas inéditas, etc.).

                       Em conseqüência nas últimas décadas tenho discordado de boa parte das instruções prescritas por nossa Academia de Letras, por entender que, apesar dos acadêmicos virem seguindo uma linha consistente de simplificação, o que tem sua necessidade, lógica, imanência e realização nos meios populares, essas mesmas mudanças têm exagerado uma tendência empobrecedora no português; na minha opinião demasiadamente simplistas.  Daí que apóio no caso, e por gostar da possibilidade de diferenciação conotativa entre os dois termos, que tenhamos presidente e presidenta para mulheres.  Todavia, para contraste, informo-lhe minha opinião numa questão paralela: Não uso poeta no lugar de poetisa, essa ambivalência nunca me agradou.

                       No caso brasileiro hoje, por razões de natureza política, resolvi que é preferível 'presidenta'.  Porém é uma posição crítica minha, sem nenhum traço apologético.
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                Depois de conviver por décadas com duas grafias oficiais do Português, com seus respectivos méritos e deméritos, resolvi escrever - quando possível - na ortografia, gramática e pontuação que me parecerem mais adequadas, inclusive recuperando o que tinha de bom nos antigos acordos ortográficos Brasil X Portugal...  Oficialmente, claro que terei de acatar as elucubrações daqueles acadêmicos sexagenários (!), pernósticos e escolásticos.  Mas farei as devidas concessões à expressividade advinda, por exemplo:
                1) Dos cês mudos, até que reforçam o carácter de algumas palavras;
                2) Não vou abrir mão do trëma, pois ele dá uma sacudida legal em certas expressões: Um liqüidificador deve picar mais rápido os alimentos, vocês não acham? 
                3) O acento diferencial é muito útil: Evita que interrompamos a leitura para nos lembrar se estamos defronte um "ô" ou de um "ó", por exemplo; aliás, por falar em acento, [ ideia ] desse jeito me parece tão desprovida de imaginação, de originalidade, uma ideiazinha assim medíocre;
                4) Descrever certas situações emphadonhas ou empháticas com [ ph ] comunica de fato o que desejo transmitir;
                5) Pronomes e adjetivos expletivos idem, muitas vezes têm seu lugar, pelo menos a mim me caem bem;
                Além desses, não tenho dúvida de que nos falta, por exemplo:
                6) O ponto de desinteresse ( ¡ = ponto de exclamação invertido ), para marcar assuntos que desejo conotar como relativos, deprimentes, lamentáveis... o contrário do entusiasmado ponto de exclamação ! ; e ainda:
                7) O [ ah ] para futuras ocorrências; pois desde sempre me incomodou termos um [ há ], assim acompanhado por um imponente agá para nos referirmos ao que já se passou, e portanto deve ter ficado no passado, mas utilizarmos um simples [ a ] para o que ainda virá, às vezes cheio de boas promessas e expectativas.  Logo penso que um [ ah ], bem aberto e rebuscado, grafa melhor o que há de vir daqui ah algum tempo. 
                E etc.
               Dy Othero

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domingo, 16 de janeiro de 2011

Ciência Antiga

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Ciência Antiga

Com o escoar dos séculos vem ganhando impulso, em especial no Ocidente, o desenvolvimento, a acumulação e a transmissão do conhecimento racional sobre tudo o que nos cerca, inclusive nós mesmos.   Desde a Antigüidade, onde merecem destaque os filósofos gregos, muitos daqueles que se dedicaram a esse trabalho intelectual chegaram a ser confrontados e perseguidos com ódio pelos defensores de preconceitos, interesses e mitos estabelecidos, particularmente religiosos...
 
De certa forma parece-me que essas origens tumultuadas da sabedoria racional devem ter contribuído decisivamente para uma certa disposição, ou melhor indisposição - por parte de cientistas e outros estudiosos modernos - contra todo pensamento ou entendimento anterior à chamada Idade da Razão, contrário ao que não seja baseado numa concepção pelo menos cartesiana ou pós-Descartes, mas absolutamente materialista do Universo.  Uma das conseqüências dessa atitude é a completa rejeição da filosofia de Platão, por exemplo - de seu mundo das idéias pré-existentes, de sua concepção da alma - e do idealismo em geral, que se constituiriam em mera especulação improvável, embora fruto de uma mente brilhante, mas cujo ambiente de origem era de tal maneira desprovido de meios científicamente provados que ele não poderia alcançar qualquer síntese de real valor intelectual.
 
Sou da opinião de que essa concepção reducionista da Ciência Antiga, e de tudo que se relacione com o espiritualismo ou o esoterismo, além de eminentemente preconceituosa, embora possa com o transcorrer do tempo até ser provada correta, é lamentável como hipótese de trabalho, tanto quanto se nos dermos a oportunidade de estudar aquelas velhas idéias sobre o Universo e seus seres, deduzindo, claro, os muitos absurdos e idiossincrasias que colorem as personalidades do passado, podemos apreender - e utilizar com sucesso - um conjunto de conhecimentos e raciocínios extremamente coerente, e sob muitos aspectos bem mais convincente que a hipótese materialista, para o entendimento desse mesmo Universo.
 
Dy Othero   -   18/12/09 

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